Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

E isto não é o telejornal...

sinto-me:
publicado por Koshdukai às 23:39
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Sábado, 29 de Setembro de 2007

Mais interesses & Manias, Lda.

Nota prévia: Este post é tipo "livro cheio de letras e sem bonecos"! ...estão avisados ;)

...

Ora, os mais atentos já devem ter percebido que me interesso não só por musica mas pela produção da mesma. E, ao contrário dos jogos video (já agora, devo confessar que acho este nome completamente estúpido, mas como não tenho melhor, e como se convencionou chamar-lhes assim, olha, lá terá que ser... mas assim que arranje um nome melhor, tunga, er... uso-o. Oh ... bonito serviço... voltei aos meus longos "apartes", tão longos que chego ao fim e já ninguém se lembra do que estava a falar... bem... isto já começou torto, que raio. Ok, não interessa, continuemos com a parte da musica), mas no caso da produção musical, cedo comecei a tentar criar algo que gostasse de ouvir. Saia-me... :P ...como geralmente tinha quase sempre algo por perto por onde o fazer sair (as teclas dum piano, dum orgão, até dum acordeão) isso ajudou muito.

Lembro-me de ter 5~6 anos e passar horas de volta do piano dos meus tios-avós, numa sala do 1º andar (eh, que giro, estou a revê-la agora e tudo). Lembro-me também do meu tio-avô me ter dito que aproveitou um par de melodias que eu tinha inventado ao piano e as ter usado para partes de musicas de sua autoria ou como base para as compôr. É deveras "elogiante" ouvir isso dum musico feito, como ele foi.

Por falar em familia, devo dizer que tenho musicos até perder de vista na arvore geneológica. Grande parte da famila do meu avô materno, foram músicos (ele incluido), muitos do lado da minha avó materna também o foram, os meus avós paternos também tiveram antecedentes musicais (as meninas prendadas sabiam tocar piano, portanto...) além do meu pai também ser musico (ou melhor, instrumentista) e eu, no meio de tanta musicalidade, tinha que
levar com alguns desses genes, né?

Lembro-me de, com os meus 16~17 anos (ou talvez 18), pensar seriamente em seguir a musica como profissão, deixando de lado o meu outro interesse, a informática. Esse momento aconteceu num ano em que toquei numa banda, arranjada de propósito para tocar numa festa de aniversário duma associação. Banda essa criada por um amigo que tocava guitarra e que à força queria ter uma. Essa festa foi desculpa suficiente para avançar com a coisa.

Os ensaios foram uma pandega. No primeiro dia lembro-me que cada um tocou para seu lado, pois poucos se conheciam entre si, só ele nos conhecia a todos e... não era das pessoas mais organizadas que conheci, por isso a coisa 'tava um caos. Depois, aos poucos lá nos fomos organizando, ora aos pares ou em grupos de 3, ora eu ensaiando em casa desse meu amigo para se consolidar a coisa, escolher o reportório e mais tarde com os elementos todos, já termos um objectivo bem determinado do que se queria fazer, das musicas (covers) a tocar, etc...

Essa banda durou apenas uns meses, o tempo suficiente para termos os ensaios e se fazer o tal espectáculo ...alias, minto, durou ligeiramente mais um tempito. É que gostaram tanto de nós que houve mais tarde uma festa qualquer num sitio perto, onde estavamos lá todos e acabámos por tocar 1 ou 2 musicas com o material de palco da banda que estava a actuar, a convite deles ...how cool is that, huh? :D

Também me lembro do nosso guitarrista ser algo amigo da pinga e que nessa noite, coiso... 'tava um "cadito" encharcado (coisa que por sorte não aconteceu no primeiro espectáculo, o tal à séria, que correu lindamente... lembrem-se que foi uma estreia para todos!).

Então, lá subimos ao palco, ajeitámo-nos com o material da outra banda e quando fomos tocar a primeira musica, começámos todos no tom certo (acho que era em DÓ) e o rapaz do tinto achou por bem adiantar serviço (tava com pressa... ou sede) e começar no tom a seguir (acho que era FÁ)... claro, aquilo foi um inicio de musica doloroso. Felizmente acho que a assistência estava toda distraida (porque aquele periodo era tipo o intervalo da outra banda) e então não se devem ter apercebido de nada.

De qualquer forma, ninguém deu parte fraca, e enquanto tocavamos, olhámos uns pr'ós outros a tentar perceber porque raio é que aquilo não estava a soar nada bem, cada um confirmando que estava no tom certo... até os olhares de todos se concentraram no guitarrista, que estava a tripar de olhos fechados (claro, era o único que ia a "marchar bem")... então, pouco nos restou senão, encolhermos os ombros, e combinar no próximo compasso, mudarmos de tom, pr'ó acompanhar.
Nisto, ele "acorda", repara que se tinha enganado, e corrige pró tom certo... por sorte, fomos todos a tempo de perceber a manobra (isto da troca de olhares ajuda muito em palco) e evitámos no ultimo segundo mais uma troca de tons (tipo o guitarrista agora estar certo e o resto da malta ficar errado, porque o tentava "apanhar"). O resto dessa e da outra musica correram lindamente.

Também recordo que aquele sitio era mais pequeno e a zona do publico muito mais escura. Então, no pequeno instante em que lanço o meu primeiro olhar para o publico, deparo-me com 200 caras especadas a olhar p'ra nós, a 1 metro de mim. Eu a pensar que estava tudo a dançar, e afinal, 'tavam ali junto ao palco, a ouvir com muita a-ten-ção. Muito diferente da nossa primeira actuação, que foi num espaço muito maior, palco maior e mais alto, melhor iluminado e com alguma distancia do publico, que queria era festa e todas as oportunidades eram poucas para dançar. Enfim... foram duas experiências totalmente diferentes, o que foi bom :)

Foi um tempo muito giro, divertido, e os ensaios duraram o suficiente para até termos um pequeno grupo de fãs (até tempo houve p'ra umas cartas anonimas e umas paixonetas e tal...). Agora que me lembro daquilo, recordo a coisa quase com a sensação dum mini-BigBrother à pressão :P

A banda não durou mais porque, embora todos tivessemos os nossos intrumentos, não tinhamos material nosso de som (PA) nem guito pr'ó comprar ou alugar. Além disso, alguns queriam dedicar-se brevemente aos estudos da faculdade, outros iam pr'á tropa no ano seguinte e também porque eu, na altura, a dedicar-me à musica, queria sim mas numa banda de originais e muitos não estavam pr'aí virados... além disso, tínhamos todos gostos muito distintos, impossíveis de conciliar. Foi pena... mas ficou a experiência :)

Bom... mas... este palavreado todo para dizer o quê ?

Ora, isto tudo para dizer que hoje em dia, a musica para mim continua a ser um hobby. Opções que tiveram que ser tomadas, o tempo que não estica (o dia, já na altura, só tinha 24 horas e nem télélés havia!), oportunidades que não foram aproveitadas e outras que não surgiram e a coisa ficou assim mesmo, simplesmente um hobby.

Fazendo fast-forward até ao presente (senão nunca mais "cá chego"), e alimentando este meu interesse e hobby, tenho a sorte de viver numa época em que os computadores pessoais finalmente chegaram ao ponto de ter capacidade suficiente para alimentar um ramo especial da industria das ferramentas de produção de musica: Os instrumentos virtuais.

Em poucos anos, e graças à definição de alguns standards de industria, hoje é possivel ter um estudio virtual completo de qualidade profissional, dentro dum computador pessoal, por um custo bastante acessível para os interessados nestas coisas.

KVRAudio: Excelente base-de-dados actualizada de diversos plug-ins VST, AU, etc... Um exemplo duma das tecnologias hoje disponíveis (mas não a única) é a norma VST, que por ser aberta, possibilitou uma "explosão" de componentes virtuais de efeitos e geração/síntese audio nos últimos anos. No futuro irei abordar esta tecnologia também, pois também a uso, mas não será agora.

Existem diversas aplicações, umas mais antigas que outras, umas com um historial mais longo que outras, umas mais generalistas que outras, mas o melhor de tudo é que, hoje em dia, com mais ou menos trabalho, qualquer um consegue ter o seu próprio estúdio virtual, num computador pessoal. Até de graça, se contabilizarmos apenas o custo do software, pois felizmente o leque de software e/ou componentes (plug-ins) freeware é cada vez mais vasto e de qualidade (repito: falarei disto em futuros posts).

Assim, e porque este post já vai longo, vou apenas dizer que no proximo post irei falar da mais recente versão, disponibilizada esta semana, de um dos meus programas preferidos nesta area, ou seja, o Reason 4 da sueca Propellerhead Software.

Bom, e para que este post não seja apenas palha e que contenha algo de minimamente util ou interessante, deixo aqui uma playlist com musicas feitas apenas com o Reason 4.
Atenção que em algumas, que incluem voz, pode ter sido usado mais um par de outras ferramentas. Direi porquê e quais, no proximo post. No entanto, todos os efeitos que se ouvem, são (ou podem ser) todos feitos pelo Reason 4, incluindo o vocoding.


Destaco as seguintes musicas incluidas nesta playlist (alias, até sugiro esta ordem para as ouvir):
música: Josh Mobley And Woody Ranere - Narrow Escape
sinto-me:
publicado por Koshdukai às 00:01
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