Já devia ter falado nisto a semana passada, mas esqueci-me
:PEste é o novo visor (i.e.
HMD) estereoscópico da
Vuzix:
Não que seja algo de novo, pois já há muito que empresas deste ramo, tentam disponibilizar junto do consumidor comum, um produto que permita experimentar a "total" imersão (som+imagem pelo menos) em mundos virtuais ou simplesmente o visionamento passivo de filmes em "3D" ou mesmo como simples micro-monitor de video 2D pessoal ou de bolso.
Será o
VR920 (ou o
AV920 para consolas, video, etc...) apenas mais do mesmo ?
Apenas mais um
entre muitos ?
Este VR920 pelo menos é mais pequeno, mais leve, mais preciso (em termos de sensores de rotação, pareceu ser, p'lo video que vi), mais "barato" ($399 USD) e com maior resolução (640x480 por ecrã/olho) do que alguns que foram sendo propostos ao consumidor nos últimos anos... embora continue a ser quase tão embaraçoso de usar como todos os outros (ok, é mais pequenino... isso ajuda).
O certo é que há anos que aguardo por algo que funcione bem e seja tão acessível de comprar como um qualquer monitor.
O "funcionar bem" significa (p'ra mim):
- ter um ângulo de visão (por olho) abrangente o suficiente para que não pareça que andamos a olhar para as coisas com uma mascara anti-gás ou de mergulho nos olhos (ou que estamos a usar umas palas de cada lado). Poder-se-ia, se necessário, usar baixa resolução (mais barata?) apenas para acomodar a visão periférica, deixando a alta resolução para a visão principal (i.e. 2 ecrans por olho, ou uma solução mais elegante, uma película OLED única de resolução física variável ou simplesmente com duas zonas de resolução distintas na mesma película...).
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- sensores de movimento (rotação e translação) rápidos e precisos que ajudem na diminuição do lag, ou seja, neste caso, do desfasamento entre o movimento real (físico) do utilizador e a sua representação virtual, a actualização da imagem produzida pelo computador. Hoje os computadores já são rápidos o suficiente para não haver este problema em termos de actualização de imagem, pois com processamento rápido, placas gráficas igualmente rápidas e o interface de ligação rápido, a responsabilidade passou a ser dos sensores. Isto é ainda mais importante que uma boa resolução da imagem, pois é um dos principais factores de desconforto (provocando até enjoo, nauseas, dores de cabeça e mau estar geral), típico d'alguns aparelhos até hoje apresentados a preços algo acessíveis.
. - ser leve o suficiente para não provocar desconforto nem distracção enquanto se usa.
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- alta resolução. Minimo de 640x480 por olho, mas o ideal seria 800x600 ou mais, em cada olho.
. - de fácil instalação e configuração. Este já é um bom exemplo, pois apenas precisa de duas ligações ao PC para funcionar: uma VGA para receber o video duma placa gráfica nVidia (com os drivers de estereoscopia instalados) e uma USB para receber energia e para permitir a ligação do microfone embutido. Não sei se o USB também serve para os auscultadores, mas se não serve, então há afinal 3 ligações (a 3ª é o áudio dos auscultadores... (3 já começam a ser um bocadito de fios a mais).
. - compatível com o máximo de aplicações (jogos) possível. Neste caso, ao usarem portas standard, como a VGA, a USB e os drivers standard da nVidea para o efeito de estereoscopia, já ajuda. Não sei qual o protocolo usado para receber a informação de movimento dos sensores... mas em principio, deverá ter um modo básico de emulação do movimento do rato, permitindo assim o aproveitamento do equipamento sem necessitar nenhuma adaptação na aplicação (jogo).
Em relação a isto, tenho que dizer o seguinte: Quando possível, deveria haver um modo de controlo onde o movimento do aparelho deveria limitar-se a emular o movimento da cabeça do utilizador dentro do jogo, independente da direcção de andamento, pois na realidade, temos a liberdade de andar e olhar em direcções diferentes (o que explica, verdade seja dita, muitas quedas, encontrões e nódoas negras!). Quase todos os exemplos que tenho visto tendem a cair no erro de forçar que a direcção de andamento seja a mesma que a direcção para onde estamos a olhar. O que é completamente anti-natural na minha opinião, contribuindo assim para estragar o efeito que se procura criar de imersão (e desconfio ser também uma das causas do desconforto psicológico de certos utilizadores destas coisas) :(
Hoje, com a potencia disponível nos computadores pessoais, com as consolas de 3ª geração e a velocidade das mesmas, com o avanço e disponibilidade de sensores de movimento (lembrem-se do
comando da Wii e
da PS3, etc...) e com
os avanços em tecnologias de visores finos de baixo consumo, esperava ver um ressurgimento deste tipo de aparelhos. ...talvez ainda ande tudo na onda da
HDTV e não seja bem esta a altura correcta para se explorar comercialmente a nova onda dos visores de imersão 3D.
Se calhar só quando "uma" Apple olhar p'ra isto e fizer p'los
HMD's o mesmo que fez pelos leitores de mp3 quando lançou o iPod... embora ache que não é bem uma area que interesse ao Steve Jobs (pelo menos por enquanto... lembrem-se que é o dono da Pixar, portanto, "mundos virtuais" não deveriam ser novidade para ele).
Será que é algo que já perdeu a sua grande oportunidade? Será que já passou o seu momento e seja definitivamente uma
coisa do "passado"? ...parecido com o que aconteceu com os
Tablet PC's, que há quem use, mas continuam a ser uns "bichos" estranhos para muitos (infelizmente).
Bom... como em tudo, o tempo o dirá.
PS: Havia um outro que se pode dizer ser um sério competidor (pelas funcionalidades e preço de $350 USD) mas que não me lembrava o nome. Entretanto achei-o. Chama-se
Trimersion e eis um
de vários videos que o demonstram: